O encontro anual que acontece desde 2019, dessa vez, ganhou novas atividades e apoiadores: foram cerca de 40 mulheres reunidas em um dia de surfe, yoga e altinha. A Redley e outros parceiros chegaram junto nessa celebração.
Para fechar o ano em grande estilo, o Movimento Surfistas promoveu sua última confraternização de 2024, dessa vez, na Praia da Macumba, no Recreio dos Bandeirantes.
O coletivo que já organizou eventos na Bahia e em Pernambuco, voltou às terras cariocas – onde realizou seu primeiro encontro oficial – e juntou sua comunidade pelo quinto ano seguido.
A proposta do coletivo vai além de uma reunião entre amigas que se encontram para pegar onda. O surfe funciona como uma ferramenta de aproximação entre mulheres: sejam elas já praticantes do esporte, que se animam com a ideia de ver outras pessoas negras reunidas na praia, sejam elas entusiastas, que procuram um ambiente acolhedor para dar suas primeiras caídas no mar.
Para conseguir abraçar todos os níveis de surfistas, Érica Prado – idealizadora do Movimento Surfistas Negras – faz questão de incluir o aulão tradicional de surfe no cronograma, além de outras atividades corporais, já que o mais importante não é a quantidade de ondas surfadas, mas sim o cuidado compartilhado entre mulheres negras quando elas conseguem se reunir para brincar e celebrar o que amam fazer.
Tainá Antônio, cientista ambiental e professora de Yoga falou sobre a importância de ter aberto o cronograma de atividades naquele domingo.
A hora mais esperada do dia – a caída na água – aconteceu depois da aula de yoga e ficou sob a responsabilidade de quatro surfistas mais experientes, entre elas Diana Cristina: campeã brasileira e integrante do Time Profissional do Surfistas Negras. Mesmo em um dia de água gelada e mar difícil para as iniciantes, o grupo aproveitou bem as ondas e saiu da sessão com boas histórias para contar, como o caso de Adriana Farias, que teve sua experiência com o surfe pela primeira vez nesse encontro.
Elas foram junto comigo, me empurraram, estavam do meu lado durante todo o processo, mesmo que eu caísse, elas me esperavam.. sempre com energia positiva e palavras positivas, que fizeram que eu entrasse no mar, mesmo com o mar agitado
Antes de partirem para o almoço, ainda sobrou energia para a aula de altinha conduzida por Ray Cristine e Gabi Gonçalves, que também proporcionaram primeiras experiências para grande parte do coletivo.
O dia foi encerrado no segundo andar da pousada Longboard Paradise, que além das comidas, ofereceu uma sala de TV onde rolou a roda de conversa final do Movimento Surfistas Negras: um momento muito importante, em que todas puderam expressar suas emoções, fortalecendo o elo necessário dentro de um grupo unido, que pretende se reunir por mais longos anos.