O novo esporte olímpico celebrou um evento com uma série de workshops, palestras e competições calorosas no Parque Madureira (RJ).
Sucesso. É essa palavra que define o Breaking do Verão, que aconteceu no último fim de semana, na arena do Parque Madureira (RJ). Com uma estrutura internacional, público pra lá de aquecido e competições de tirar o fôlego, o evento apresentou brilhantemente o novo esporte olímpico para pessoas que nunca tiveram contato com o movimento.
Com muita música, rodas de conversa e estilo de sobra, o Breaking do Verão fez história. Confere aqui, um pouco do que rolou!
A produção de cultura é uma forte aliada do Breaking
Marcus Faustini, (Secretário de Cultura da Cidade do Rio de Janeiro) falou sobre a importância dos espaços para a prática do Breaking Dance, bem como a expansão das zonas de cultura do Estado, sendo esse um incentivo para a promoção das linguagens periféricas.
Seguindo a roda de conversa mediada por B-Boy Max, Savaz também foi convidada para o bate papo, a B-Girl falou sobre sua experiência pessoal com o esporte, além de também fazer parte da competição. Gabriel Stal, Dj Zulu e Lúcio Pedra também trouxeram ao longo da conversa questionamentos para Faustini sobre como o Breaking Dance terá apoio nos próximos anos, discutindo estratégias para que o estilo seja fomentado na cidade.
Pelezinho foi curador técnico do Breaking do Verão, ele conta que o processo do evento surgiu como uma parceria interessante, entendendo o formato 1×1 nas modalidades de B-Boy e B-Girls com convidados do mundo todo, onde pela primeira no Rio de Janeiro tivemos uma competição em que atletas de fora do país vieram batalhar em no nosso espaço.
A importância do Breaking do verão nesse momento, tá sendo pra lá de importante. Agora a galera da cena tem que aproveitar esse momento, ir atrás dos seus apoiadores e fazer seus próprios eventos, contando com o suporte que a cultura vai passar a fortalecer. O que foi gerado de mídia lado a lado com as plataformas de TV é uma excelente oportunidade para buscar holofotes maiores”, comenta.
Jogando em casa
Não é novidade que a DJ Tamy sempre solta um set pesado. Quem acompanha a artista sabe. Mas assistir a DJ tocando em Madureira, em um dos berços da Black Music no Rio de Janeiro, é o mesmo que vê-la jogando em casa.
Chegando em cena de vinil, Tamy mixa de clássicos do hip-hop aos “boombaps” mais pesados, aquecendo a pista e a tarde de sábado.
Tamo aqui, jogando em casa, mais uma vez, esse é o hip-hop. Por isso, quero muito agradecer pelo convite. Ter tocado aqui nesse evento tão importante com o Breaking Dance se tornando Esporte Olímpico é uma honra”, disse.
No sábado ainda teve a apresentação de coletivos talentosos como os Imperadores da Dança, grupo do Jacarezinho que realizou uma performance politizada e com muito carisma. O Cypher Kids, projeto dirigido por Zulu Djtecnykko, também marcou presença, dando um show do início ao fim.
Além das apresentações JP Black Soul e o B-Boy Ronnie trouxeram um Workshop que uniu todos os B-boys presentes no local para uma atividade coletiva e muito bem humorada, levantando o astral do público e abrindo as portas para a competição.
Chegando pra somar
DJ Def e MF desenvolvem em suas carreiras um trabalho importante dentro da cultura.
Sendo indicados para tocar as batidas durante a competição, os DJ’s contam que além de ver o evento acontecendo eles se sentiram reconhecidos e como homens pretos criados na periferia, entendem a importância de ocupar esses espaços.
Como cria da Baixada Fluminense entendo a importância de ocupar espaços como esse aqui. Tenho uns set separados para batalhas e pro Breaking do Verão separei cerca de 75 músicas, a nata da nata”, comenta o DJ.
Def tem um estilo forte nas pick ups e o Breaking com o Funk carioca é uma das formas do artista se expressar. Já MF chega com muito hip-hop pesado, pronto pro público ver “sangue” durante as disputas. Um trabalho consistente que foi televisionado para todo o Brasil no domingo pela manhã.
Uma competição acirrada
O corpo de jurados do Breaking do Verão foi de respeito. Pedrin Brum, Ronnie, FabGirl, Neguin e Andrezinho estiveram atentos aos movimentos dos atletas que disputaram batalhas que aconteceram ao longo da tarde de sábado e foram finalizadas no dia seguinte na parte da manhã.
Na modalidade masculina, a final foi disputada entre o inglês Sunny e Leony, atleta de Belém do Pará. Na competição feminina, a final ficou entre a alemã Jilou e a colombiana Luma.
Com fundamentos avançados do breaking em cima das batidas de Def e MF, Leony desbancou Sunni e Jilou venceu Luma, levando o título para a Alemanha e o B-boy para o Brasil, celebrando a união em um dos estilos que mais prezam pela coletividade e conexão com a rua. Um verdadeiro espetáculo.
O Breaking do Verão se encerra deixando um gostinho de quero mais, impulsionando a cultura do Breakdance no Rio de Janeiro para alcançar novos voos, rumo às Olimpíadas de 2024.