Quintas Quentes é uma parceria assertiva entre a Redley e o Circo Voador
A primeira noite do festival pode ser definida em duas palavras: sensibilidade e afeto. Em todo canto era possível ver abraços, sorrisos alegres e reencontros, marcados por um retorno gradativo da produção cultural no Rio de Janeiro com shows incríveis que foram os pontos altos da noite.
AFRICANOISE:
Começando por Africanoise, que é um gênio das mixagens, o artista é múltiplo, abriu e encerrou a noite logo após o show principal. Aqui, vemos uma performance interessante, com um set bem dinâmico, indo de Boombap ao UK Garage, e aquela fritação pra levantar a poeira que não pode faltar.
Na noite passada, Africanoise se afirmou mais uma vez como um artista potente, abrindo espaço para Murilo Borges A.K.A Ôlirum cantar alguns dos singles do seu novo EP Estações que está disponível hoje em todas as plataformas de streaming.
Ôlirum conta um pouco da sua experiência subindo ao palco com Africanoise, trazendo uma visão interessante sobre curtir o set e fazer parte dele no final:
Foi uma satisfação enorme dividir o palco com Africanoise. Além de ser meu produtor musical, ele é um amigo de longa data. Subir pra rimar e apresentar as músicas do meu EP foi gratificante. Pude cantar as faixas: “Soprar do Vento”, “Dia a Dia” e “Passagem”, mostrando um pouco da minha vivência e a sinergia que a gente carrega junto na pista pra aquele público maravilhoso. Foi foda.
TUYO:
Como a própria descrição da banda diz, o trio Tuyo forma uma combinação de sentimentos e sons difícil de ser encaixada em algum rótulo e não foi diferente na última noite.
Um show incrível, feito para fãs reais que pagaram o ingresso para ver os artistas e se deliciarem com suas canções, com destaque para “Quando for falar de amor”, “Solamento” e “Vidaloca”, alguns dos seus principais hits que movimentam o público, furando bolhas e apresentando sua musicalidade para públicos que não conheciam seu
trabalho.
Um exercício interessante para uma banda que corre em diferentes gêneros musicais.
Juliane Cruz que é atriz e fã da banda também esteve presente no show e disse:
O show foi muito lindo. A noite estava muito quente. Nunca tinha ido em um show deles e foi muito bonito escutar as músicas do novo álbum. Eles são lindos juntos, parecia que estava todo mundo muito conectado, sabe? Bem entregue. Eu acho incrível quando a música consegue conectar o público e a própria banda, é como se
tudo fosse parte de uma coisa só, como uma pulsão.
RICO DALASAM:
Disponho Armas Libertárias a Sonhos Antes Mutilados. O acrônimo que define Dalasam foi a máxima para o encontro da última noite.
Rico sobe no palco sensível, dando ouvidos ao público que clamava por sua voz. Dando espaço a um senso de afeto que nos conecta ao início do texto, mostrando de forma única a importância do artista dentro da música brasileira, se apresentando com uma voz doce e um olhar selvagem, que agraciou a plateia em cada uma das suas músicas.
E por falar em música, a performance foi múltipla, cantando de seus clássicos até sucessos do brega e o ponto alto da noite: sua descida do palco para cantar no meio do público, trocando energia positiva de forma tocante.
Victor Gaia, que atende pelo nome artístico AYA.Arte teve um encontro com o artista antes do show para entregar uma de suas artes. Victor também esteve presente na primeira fileira do show e nos disse o que achou da apresentação do artista:
Pra mim foi um show incrível, eu não lembro de ter me emocionado tanto com um show assim. Foi muita entrega. Deu pra sentir que ele estava ali de verdade e cada pessoa que estava ali era muito importante pra ele. Eu me senti parte de uma coisa só, era como se eu fizesse parte dele e a música dele fizesse parte de mim, foi mágico.
Yngrid Lourenço que é DJ e criadora de conteúdo digital também nos disse um pouco sobre suas sensações no show do Rico Dalasam:
O show do Rico Dalasam foi necessário. Por ser um artista que passou por um cancelamento virtual, perda de imagem e outros problemas por cobrar seus direitos autorais. Rico foi por muito tempo apontado como errado e ainda teve seu trabalho apagado.
Quando ele diz “Não falaria de alívio se não tivesse doído tanto” nos passa uma mensagem forte sobre os tempos em que vivemos e como consumimos e vemos nossos artistas atualmente.
Com certeza o Rico é um artista incrível e ver ele performar e se emocionar no palco é gratificante pra quem é fã do cara, uma afirmação pra ele mesmo ver a potência que tem enquanto ser humano. O Quintas Quente começou em grande estilo e estaremos lá nas próximas semanas cobrindo esse evento que promete ficar marcado na noite do Rio de Janeiro.
Fotos por: Rafael Rodrigues @ilovemyanalog