Curada pelo artista Pedro Pessanha a mostra projeta um Rio de Janeiro futurista, onde som e tecnologia se entrelaçam para criar um ambiente vibrante e dinâmico.
Pedro Pessanha é artista e pesquisador carioca, mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pela UFF. Em seu trabalho busca compreender o que permite com que os ritmos negros soterrados por diversas tentativas de apagamento continuem a ressoar nos corpos da cidade do Rio de Janeiro.
Cyberfunk é o ritmo futurista de favela
Reunindo artistas como Africanoise, @helenisticca, Bernardo pormenor, Escola de Mistérios, Gean Guilherme, Vicxs além de textos de GG Albuquerque, Obirin Odara e Rachel Oliveira Vieira, a exposição é Dividida em três eixos temáticos: territorialidade, som e moda.
A intenção de Pedro Pessanha ao reunir esse time para a elaboração da exposição CyberFunk é provocar a responsabilidade sobre nossa relação com a tecnologia e seus usos, movimentando as táticas de hackeamentos e redirecionamentos das intenções.
A pista como lugar de criação
Em CyberFunk, Pessanha nota que o som amplificado do paredão te pega na curva, onde você tropeça em um fio e, quando vê, já tá dançando embaixo das cores apresentadas pelo artista na exposição.
Na mostra, a juventude negra subverte as sonoridades aos seus ouvidos por meio dos desvios, das gambiarras e dos desenroles, estratégias fundamentais pra sobreviver em um espaço periférico.
Como a moda vibra nossos corpos?
Na caracterização das peças que compõe CyberFunk, Pessanha nota a importância do grave como um elemento fundamental.
“As roupas acessíveis para a dança e as conexões construídas a partir da forma que nos vestimos, tudo isso ressalta a potência dos corpos pretos para, inclusive, atravessar os espaços de enfrentamento cotidiano”, disse.
No fim do dia, estar ocupando locais de transmissão e conexão cultural com um projeto tão inovador, voltado pra uma parcela da população que não tem acesso a esses recursos, é incrível.
Pessanha se mostra um criador que usa da criatividade e do poder de curadoria para unir um time grandioso e dar vida a um futuro que, mesmo que alternativo, identifica aqueles que são iguais.
Fica ligado, a exposição acontece no Museu do Amanhã, no Centro do Rio de Janeiro e termina no dia primeiro de dezembro de 2024. Para maiores informações e serviço confira o site do Museu.