A relação entre um fotógrafo e um músico e seu dia a dia enquanto artistas, amigos e sonhadores
Crescer na Baixada Fluminense querendo viver de arte pra alguns é sonhar alto, para outros, é só o primeiro passo de uma jornada. Independente, sonhar nunca é algo que queremos fazer sozinhos. Por isso, acredito que na vida, em especial em uma existência que preze pelos sonhos e pela arte, encontros são o que movem o mundo.
O caminho não é fácil, a gente tá ligado. Tem que lidar com a distancia, com o perigo, com a falta de investimento público e, principalmente, com o preconceito de uns e outros. Às vezes, fica difícil sonhar, eu sei, mas quem não sonha, não vai além.
Um exemplo disso é a dupla Maui e Jomboh, que cresceram juntos na baixada do Rio e trilharam um caminho de sucesso até se tornarem os artistas que são hoje. Cada um na sua área, mas sempre juntos, transformando vivencia em arte e sonhos em realidade.
Fotos do Maui tirada por Jomboh ao longo desses anos de estrada.
Mas quem é Maui e Jomboh?
Para quem ainda não conhece, Maui é um dos principais nomes em ascensão na música nacional. Mais do que apenas um músico, ele é um contador de histórias. Não se prende a um único gênero. É um artista multifacetado, que vai do Rap, ao R&B, Drill, Ragga e por aí vai.
Em 2023, lançou seu primeiro EP, “Rubi”. Mais recentemente, fez parte do álbum “Dois” do Luccas Carlos, como feat em uma das faixas mais ouvidas do projeto, “Djavan”.
Já Jomboh, também de Duque de Caxias, é fotógrafo, videomaker e editor de vídeos. Ainda na escola, dirigiu projetos como “Por que gostar de quem não gosta de mim?” e “O velho e o mar”. Junto de Mauí, ele fundou a produtora “Pureza Produções”. Juntos, eles já realizaram mais de 150 produções.
JUNTOS PELO SONHO: A HISTÓRIA DE MAUI E JOMBOH
Mauí e Jomboh, antes, Gabriel e Hebert, ambos de Caxias, se conheceram em Petrópolis. Na época os dois acordavam 4 da manhã e apesar de partirem do mesmo município eles só se conheceram estudando, no Colégio Estadual Pedro II, onde fizeram o curso técnico em produção de áudio e vídeo.
Jomboh e Maui entraram no curso de audiovisual movidos por suas próprias motivações. Enquanto o fotógrafo que já era familiarizado com o campo audiovisual, buscava aprimorar suas habilidades técnicas, o músico enxergava naquele ambiente a oportunidade de canalizar sua habilidade para a comunicação, algo que já dominava desde a sua experiência pessoal vendendo balas no trem.
“A primeira foto que eu me senti bonito foi o Jomboh que tirou – A primeira música que eu gravei foi na casa do Jomboh” -Maui
Ao longo de sua amizade, Maui encorajou Jomboh a valorizar seus trabalhos, incentivando-o a cobrar pelo seu talento. Enquanto Maui se dedicava à parte artística e de produção, Jomboh se destacava na parte técnica.
O fotógrafo e videomaker contribui para que o músico construísse sua carreira artística. Ele não apenas elevou a autoestima de Maui, mas também o inspirou a abraçar seu papel como produtor, criador e artista.
“A gente trabalha junto porque é amigo e não o oposto” -Maui
“Acho que se a gente não tivesse um ao outro as coisas seriam mais difíceis.” -Jomboh
Unidos no mundo da arte, através da amizade e dos projetos que desenvolveram, a ideia de viver dos seus sonhos se tornou mais tangível. Os apelidos “Maui” e “Jomboh” foram criações deles, pensados para refletir sua identidade artística. Com esses nomes, persuadiram os outros alunos da escola a adotá-los também.
Atualmente os caminhos de Jomboh e Maui seguem ainda mais entrelaçados. Jomboh agora é padrinho da Mali, filha do Maui. Juntos, já produziram mais de 150 materiais e organizaram o primeiro slam da Baixada, que impulsionou artistas como Valentine.
A relação dos dois se mantém ainda mais potente nos dias de hoje. Jomboh é o responsável pela captação da imensa maioria dos materiais visuais de Maui, sempre entregando o produto de um jeito de quem só quem conhece profundamente quem está retratando consegue fazer. Quer um exemplo? Se liga nesse vídeo que eles lançaram para a Redley!