Itacaré além do surfe, por Erica Prado

Fala, família! Tudo certo? Pra quem não tá ligado, eu sou a Érica Prado, jornalista, surfista profissional e ativista. To na área para dividir com vocês alguns conteúdos relacionados a surfe, mar, lifestyle e muito mais. Pra essa primeira matéria, decidi falar sobre um lugar diferenciado aqui mesmo no Brasil: a cidade da Itacaré.

Itacaré é uma cidade de natureza exuberante com 20 mil habitantes localizada no Sul da Bahia. O clima tropical e as boas ondas são o convite perfeito para levar uma vida saudável – e no mar!

A qualidade e consistência das ondas da Praia da Tiririca, por exemplo, fizeram com que o pico se tornasse sede de grandes eventos nacionais e internacionais nos últimos 20 anos. Como não lembrar do saudoso Super Surf e das épicas etapas do WQS e WCT?

O surfe é o esporte queridinho entre os moradores e frequentadores da cidade, mas não é uma unanimidade: outras práticas tem roubado a cena por lá. Foi pensando nisso que fiz uma lista de atividades além do surfe que também dominam Itacaré. Arrasta pra baixo:

Capoeira:

A arte ancestral, que foi declarada patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO em 2014, mistura luta, resistência e dança. A prática da Capoeira é bastante presente na cidade – é super comum se deparar com uma roda na badalada Rua da Pituba!

O saudoso Mestre Jamaica, fundador da “Tribo Unida” foi o cara que levou e desenvolveu a capoeira em Itacaré, preservando a essência do que foi ensinado pelos Mestre Bimba, criador do estilo regional, e Mestre Pastinha, criador da angola – ambos baianos de Salvador. Hoje o grupo é liderado pelo mestre Marquinho Tabaco e pelos contramestres Tiquinho, Rato e Comprido. Vale ainda destacar a “Tribo Bahia” do mestre Bico Duro e “Associação Filhos de Zumbi” do mestre Peroá, que realizam projetos essenciais no município.

Altinha:

A modalidade, que surgiu no Rio de Janeiro nos anos 1950, virou febre em Itacaré há pouco mais de 5 anos. Enquanto na sua cidade natal a turma das antigas se refere ao esporte como “altinho”, em Itacaré os baianos engrossam o coro na nova geração e chamam mesmo de “altinha”. A Praia do Resende é o point favorito da prática, que tem três jogadas básicas: a levantada, o ataque e a defesa – além de muito suingue. Em um dia de sol é preciso desviar das inúmeras rodas para conseguir chegar até o mar. Tem gente que já está misturando capoeira
com altinha – será que a moda pega?

Canoagem:

A canoagem também é tradição na cidade do surfe e o cenário das remadas é o paradisíaco Rio de Contas, que nasce na Chapada Diamantina e corre 620 quilômetros até chegar na cidade. A canoagem já transformou a vida de muitos atletas nativos, como o medalhista olímpico Jacky Godmann e a bicampeã mundial Marta Ferreira. Atualmente, o município é uma das sedes do projeto “Remando no Rio de Contas”, desenvolvido também nas vizinhas Ubatã e Ubaitaba, terra de Isaquias Queiroz.

Rafting

O mesmo Rio de Contas que moldou ídolos da canoagem mundial é considerado um dos melhores lugares para praticar rafting. O passeio, oferecido por diversas agências de turismo, é realizado em Taboquinhas, distrito de Itacaré. A aventura dura cerca de uma hora e o percurso de três quilômetros passa por cinco corredeiras: Carrossel,
Fumo, Funil, Corredor Polonês e Salto da Pancada. O passeio de rafting ainda inclui uma tirolesa de 180 metros, com um refrescante banho de rio no final.

E aí, você conhece Itacaré? Já conhecia essas atrações da cidade do surfe? Se você não conhece essa preciosidade do sul da Bahia, espero que essa lista tenha te deixado com vontade de pegar estrada pra lá o quanto antes.