Preciso começar essa resenha falando sobre a escolha do Yoùn para as participações em “Unicórnio”, o duo simplesmente convidou nomes que vão de Rashid, Tuyo, Luccas Carlos, Zudizilla, Tuyo, KING Saints a Duquesa, Pivete Panda, Ajuliacosta, Zamba, Carlos do Complexo, Sango e Wax Roof, coordenando cada participação focando nos detalhes mais simples.
Dito isso, não é de hoje que Shuna e Gian Pedro trabalham novas narrativas em sua música. É só dar um play no disco de estréia do duo “BXD IN JAZZ”, e comparar com as escolhas melódicas de “Purple Tokyo”. No meio disso, “Unicórnio” o terceiro projeto, mas segundo disco dos artistas, chega pesado.
Colei na audição fechada de “Unicórnio” e pude perceber que o acerto da Redley, de ter trabalhado com os artistas em outros momentos, foi muito positivo. Ver um duo tão bem posicionado na cena, com estilo, técnica, performance e muita disposição pra construir novas estéticas, é contribuir para uma parceria que tem a ver com a marca, que dialoga com a rua desde sua criação.
Com 11 faixas, eu vi nesse disco trap soul, elementos do funk das antiga, muito house, R&B, e até boombap, provando mais uma vez a versatilidade dos artistas, onde tudo brilha, desde as linhas de composição, aos timbres e texturas aplicadas no disco.
“Unicórnio” fala sobre o lugar de pertencimento e aceitação, de um papo profundo, onde fazer arte sendo preto e periférico é uma das escolhas mais difíceis da vida, principalmente para a família.
Esse disco sintetiza esse ponto, por isso, dá pra dizer que além de uma ótima obra pra você que quer consumir R&B e música boa, o Yoún venceu e vence todos os dias.